Dados recolhidos pela Voyager 2, durante sua histórica viagem em 1986, indicam que duas possíveis luas espreitam os anéis de Urano. Urano está quase 20 vezes mais longe do Sol do que a Terra e fazer observações diretas é muito difícil.

Voyager 2 encontrou 10 luas quando ele visitou o planeta em 1986, triplicando o número de luas conhecidas que orbitavam o gigante gasoso.

Mas parece que mesmo 30 anos depois os dados ainda rendem seus frutos. Os cientistas planetários Rob Chancia e Matthew Hedman, da Universidade de Idaho, recentemente revistaram os dados da Voyager 2 e notaram algo peculiar em dois dos 13 anéis de Urano, Alfa e Beta.

Os dois anéis exibem uma série de padrões ondulados consistentes com a presença de duas pequenas luas.

“Esses padrões podem ser efeitos da presença de duas pequenas luas que orbitam o exterior destes anéis”, escrevem os pesquisadores em seus estudos.

É importante ressaltar que essas observações são consistentes, pois outras luas de Urano, como Cordelia e Ophelia, exercem pressão gravitacional sobre a poeira, pedras e gelo dentro dos anéis, pastoreando as partículas ao longo de uma formação estreita.

Se existem essas luas, elas são bastante escuras e muito pequenas, medindo apenas dois a nove milhas (4 à 14km) de diâmetro. Isso Iria torná-las menores do que qualquer outra lua conhecida que orbite o planeta, explicando, assim, o motivo pelo qual a Voyager 2 não foi capaz de detectá-las diretamente.


Armados com esta possibilidade, os pesquisadores estão planejando inspecionar Urano com o Telescópio Espacial Hubble. Se isso falhar, podemos enviar uma nova sonda espacial novamente. Já se passaram três décadas desde a nossa última visita a Urano e já está na hora de uma nova visita.